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Com benção de Lula, Marta Suplicy volta ao PT nove anos depois para ser vice de Boulos em SP

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Por G1 em 02/02/2024 às 19:49:33
Ato de filiação reuniu diversos nomes da política brasileira, além de centenas de apoiadores, que lotaram a Casa de Portugal, no Centro de São Paulo. Ela retorna ao partido depois de ter votado a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Boulos, Lula e Marta Suplicy.

Reprodução

Marta Suplicy (PT) voltou ao Partido dos Trabalhadores nesta sexta-feira (2), quase nove anos após sua desfiliação da sigla. O retorno aconteceu com a benção – e assinatura – do presidente Lula (PT) em um ato que reuniu diversos nomes da política brasileira, além de centenas de apoiadores que lotaram a Casa de Portugal, no Centro de São Paulo.

A refiliação ocorre porque Marta será candidata à vice-prefeita na chapa com Guilherme Boulos (PSOL), que tentará em outubro deste ano vencer a disputa pela prefeitura da capital. O ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também marcaram presença.

O senador Eduardo Suplicy (PT), que chegou a se colocar como possibilidade de candidato a vice-prefeito, mudou de ideia e resolveu apoiar o nome da ex-mulher após uma conversa com Boulos: "O PT tem um histórico de prévias, e eu gostaria que elas acontecessem, mas aceitei que o partido pode ter Marta como candidata a vice. Meu compromisso é ajudar na vitória do Boulos", afirmou.

Suplicy, inclusive, tocou suas famigeradas versões de "Blowing in the wind" e "Eu sei que vou te amar" na abertura do evento de filiação.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, iniciou os discursos dizendo que São Paulo precisa reencontrar sua versão progressista.

Filiação de Marta Suplicy.

Reprodução.

Retorno decidido pelo diretório

O Diretório Municipal do PT em São Paulo decidiu pelo retorno de Marta no início do ano com duas votações, uma para a filiação da ex-prefeita e outra para a suspensão de prévias no partido. O resultado de ambas foi o mesmo: 12 votos "sim", 1 "não", uma abstenção e duas ausências.

Ela se desfiliou do PT em 2015, no auge da Operação Lava Jato, afirmando que a sigla tinha protagonizado "um dos maiores escândalos de corrupção da nação brasileira". Na época, Marta estava rompida com a então presidente Dilma Rousseff (PT) e votou a favor do impeachment dela no Senado, em 2016, mesmo tendo sido ministra da Cultura da gestão petista.

Até o dia 9 de janeiro, a petista era secretária das Relações Internacionais da gestão Ricardo Nunes (MDB), agora adversário político, já que o atual prefeito de São Paulo tentará a reeleição.

Marta Suplicy (sem partido) é recebida no Palácio do Planalto pelo presidente Lula (PT).

Divulgação/Palácio do Planalto

Diretório do PT em São Paulo

TV Globo

Almoço com Boulos

No dia 13 de janeiro, Boulos foi até o apartamento de Marta, na Alameda Franca, nos Jardins, bairro nobre da capital paulista, para um almoço simbólico. Preocupado com a resistência de parte da militância do PT e do PSOL ao nome da ex-prefeita, o psolista disse que levará a ex-prefeita a encontros com movimentos sociais. O almoço selou o anúncio a parceria entre eles nas eleições municipais de 2024.

Na saída, Boulos conversou com os jornalistas e afirmou que o PT vai definir a chapa e que Marta agrega muito ao projeto.

"Feita a filiação no Partido dos Trabalhadores, eu vou levá-la para um encontro com os movimentos sociais da cidade de São Paulo para que tenha essa reconexão da Marta de volta ao PT e retome sua relação com movimentos sociais, provavelmente já em fevereiro, um encontro nosso com os movimentos sociais", disse ele na ocasião.

"As diferenças políticas, críticas que fiz a ela, que ela fez a mim, isso só mostra que é uma aliança que amplia, não é uma aliança de duas pessoas que pensam da mesma forma. Já tivemos divergências, como, inclusive na eleição passada, vários partidos que hoje estão conosco eram adversários", completou.

Marta Suplicy (sem partido), oferece almoço neste sábado (13) em sua residência no Jardim Paulista, para o pré candidato a prefeitura da cidade de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) e Rui Falcão (deputado federal).

Aloisio Maurício/Estadão Conteúdo
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