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Heleno pede para adiar depoimento à PF sobre Abin Paralela

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Por G1 em 06/02/2024 às 08:27:36
Ex-ministro de Bolsonaro foi chamado para explicar as suspeitas de uso ilegal de ferramenta para monitorar autoridades públicas. Ex-ministro Augusto Heleno

Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal decidiu adiar o depoimento do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro, sobre as supostas atividades ilegais de espionagem realizadas dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A assessoria da PF confirmou o adiamento, mas não divulgou uma nova data. Conforme o blog apurou, o pedido partiu do próprio Heleno.

Em falas anteriores, o ex-ministro negou ter participação no uso do First Mile, principal ferramenta da chamada "Abin Paralela". A agência oficial era subordinada à pasta que o general comandava.

No dia da operação da Polícia Federal contra Alexandre Ramagem, ex-chefe da agência, Augusto Heleno disse ao blog que não havia motivos para a PF intimá-lo porque ele já tinha prestado esclarecimentos à CPMI dos atos golpistas.

Contudo, o blog consultou as notas taquigráficas das duas comissões e não há nenhuma declaração de Heleno sobre a Abin paralela.

A suspeita é de que, durante o governo Bolsonaro, a Abin tenha usado o software para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas como governadores e até integrantes do Supremo Tribunal Federal.

Todos os indícios apontam que havia Abin paralela, diz novo nÂș2 da agência

Superior hierárquico

Ministros do Supremo Tribunal Federal ouvidos pelo blog acreditam que a montagem de uma 'Abin paralela' só teria viabilidade com o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-chefe do GSI.

Alexandre Ramagem, escolhido novo diretor-geral da PF, cumprimenta Bolsonaro em foto de julho de 2019

Adriano Machado/Reuters

Alexandre Ramagem é próximo da família Bolsonaro. Ele entrou para a PF como delegado em 2005 e chefiou a equipe de segurança do ex-presidente na campanha eleitoral de 2018, depois do atentado a faca em Juiz de Fora (MG).

Ao blog, Ramagem disse no último dia 31 de janeiro que despachava diretamente com Bolsonaro e Heleno.

"Com Heleno, na maioria das vezes, mas às vezes sem Heleno", diz.

O ex-chefe da Abin tinha contato direto com Bolsonaro, além do contato quase que diário com Heleno: "Era meu superior hierárquico".
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