Previsão é que ex-presidente seja ouvido na quinta-feira (22). A informação foi confirmada pela defesa de Jair Bolsonaro. Ex-presidente Jair Bolsonaro deixa sede da Polícia Federal em Brasília em 18/10/2023
REUTERS/Ueslei Marcelino
A Polícia Federal intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a prestar depoimento no âmbito da investigação que apura tramas golpistas envolvendo membros do governo e militares. Conforme o blog apurou, a previsão é para que o depoimento ocorra na próxima quinta-feira (22).
O advogado Paulo Cunha Bueno, que representa Bolsonaro, confirmou a informação ao blog.
Como Bolsonaro aparece nas investigações
Reunião de Bolsonaro com ministros
Reprodução
A Polícia Federal descobriu, entre outros elementos, vídeo de reunião em que Bolsonaro diz a ministros que não podem esperar o resultado da eleição para agir. Defesa, no entanto, diz que ex-presidente nunca pensou em golpe.
Veja 10 trechos do vídeo da reunião entre Bolsonaro e ministros antes das eleições de 2022
Além da gravação, apreendida no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a PF colheu outros elementos que colocam o ex-presidente no centro da trama golpista.
A PF descobriu, por exemplo, a gravação de uma reunião, em julho de 2022, em que Bolsonaro convoca seus ministros para discutir estratégias que evitassem derrota nas eleições. Àquela altura, Bolsonaro prevê que poderia perder a disputa e pede para os ministros acionarem "o plano B".
Na mesma reunião, um de seus auxiliares mais próximos, general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), defende que a "mesa" tinha que ser virada logo, antes do resultado das eleições.
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A PF ainda encontrou, no gabinete de Bolsonaro na sede do PL, um documento com conteúdo golpista que anunciaria a decretação de um estado de sítio e a imposição da garantia da lei e da ordem no país.
Aliados do ex-presidente, por sua vez, alegam que ele não diz especificamente que quer o golpe.
Logo após a operação, a defesa do ex-presidente disse que Jair Bolsonaro "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam".
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