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Mendonça autoriza empresas a renegociarem acordos de leniência da Lava Jato e suspende multas por 60 dias

Ministro do STF tomou a decisão com base em pedidos de partidos políticos, que contestam formato dos acordos.

Por G1 em 26/02/2024 às 16:43:27
Foto: Reprodução internet

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Ministro do STF tomou a decisão com base em pedidos de partidos políticos, que contestam formato dos acordos. Ministro Dias Toffoli já havia suspendido as duas maiores multas dos acordos de leniência da Lava Jato. O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (26) a renegociação de acordos de leniência fechados por empresas com a Operação Lava Jato.

O acordo de leniência é uma espécie de delação premiada das empresas. Elas revelam o que sabem sobre uma investigação em troca de punições menores.

A decisão de Mendonça foi tomada durante uma audiência de conciliação. As empresas e órgãos de controle, acompanhados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), terão 60 dias para a renegociação. Nesse período, na prática, os pagamentos das multas acertadas nos acordos ficarão suspensos.

Dias Toffoli suspende pagamento das multas do acordo de leniência fechado pela Odebrecht na Operação Lava Jato

Discussão sobre quem pode firmar os acordos

Mendonça é relator de uma ação que discute os parâmetros adotados nos acordos de leniência celebrados na Operação Lava Jato.

Os partidos PSOL, PCdoB e o Solidariedade acionaram o Supremo no ano passado. Os advogados dos partidos pedem a suspensão de "indenizações e multas em todos os acordos de leniência celebrados entre o Estado e empresas, antes da celebração do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), de 6 de agosto de 2020".

Esse acordo, mediado pelo STF, foi assinado entre a Controladoria-Geral da União (CGU), a Advocacia-Geral da União (AGU), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério da Justiça. Ele estabelece que a AGU e a CGU são responsáveis pela condução e celebração dos acordos de leniência.

No pedido, os partidos criticam os acordos da Lava Jato, que foram firmados antes disso e que tiveram o Ministério Público Federal como o principal responsável. Os partidos pedem que os acordos sejam repactuados com a participação da CGU e do Ministério Público.

Nos acordos de leniência da Lava Jato, sete grandes empreiteiras do país acertaram devolver aos cofres públicos bilhões de reais. Os valores foram acertados depois que seus executivos confessaram a formação de cartel em contratos da Petrobras e o desvio de dinheiro público.

As duas maiores multas de leniência já estavam suspensas por decisões do ministro Dias Toffoli.
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