Petista discursou na reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em São Vicente e Granadinas. Iniciativa é mais uma do Brasil pelo fim da guerra no Oriente Médio. O presidente Lula durante discurso na 8ª cúpula da CelacReprodução/Canal GovO presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs nesta sexta-feira (1º) uma moção pelo "fim do genocídio" na Faixa de Gaza. O petista fez a proposta durante discurso na 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O encontro ocorre em Kingstown, em São Vicente e Granadinas. Lula afirmou que Israel impõe ao povo palestino uma "punição coletiva" e que os países da Celac precisam dizer um "basta" ao que chamou de "carnificina"."As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante. Eu quero aproveitar a presença do nosso querido companheiro secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, para propor uma moção da Celac pelo fim imediato desse genocídio", afirmou."Nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso, é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, que precisa de muito humanismo", completou.Na sequência, Lula sugeriu ao secretário-geral da ONU que seja invocado o artigo 99 da Carta da ONU, que diz o seguinte: "O Secretário-Geral poderá chamar a atenção do Conselho de Segurança para qualquer assunto que em sua opinião possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais".O presidente do Brasil pediu que o próximo país a assumir a presidência do Conselho de Segurança da ONU, o Japão, paute o tema.O petista ainda pediu aos membros permanentes do Conselho de Segurança que deixem suas diferenças de lado e se unam em torno da paralisação da guerra na Faixa de Gaza. O pedido direcionado aos membros permanentes se dá porque estes são os únicos com poder de veto e podem barrar resoluções tomadas por toda a organização."Quero pedir aos cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU que deixem de lado suas diferenças e ponham fim a essa matança", disse.Os Estados Unidos, país com assento permanente no Conselho, já vetou três resoluções que pediam um cessar-fogo na região.ONU se diz 'chocada' com ataque de Israel a pessoas que buscavam ajuda em GazaNota contra NetanyahuMais cedo, nesta sexta-feira, o Itamaraty divulgou nota com duras críticas à crise humanitária na Faixa de Gaza e ao ataque a tiros que deixou mais de 100 palestinos mortos durante uma distribuição de comida e itens básicos.Segundo o comunicado, "trata-se de uma situação intolerável"."O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão", diz o governo brasileiro.Nas horas seguintes à morte dos palestinos em Gaza, relatos anônimos feitos a diversos veículos imprensa indicaram que as tropas israelenses abriram fogo contra as vítimas no momento em que elas tentavam acessar caminhões com ajuda humanitária.As Forças de Defesa de Israel chegaram a negar, em um primeiro momento, que tivessem disparado – e creditaram as mortes a pisoteamentos e brigas.Depois, o porta-voz Daniel Hagari afirmou que tanques que faziam escolta deram "disparos de aviso", mas seguiu negando que os soldados tivessem disparado contra a multidão.