Os países que participaram da cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) nesta semana não chegaram a um consenso para uma declaração conjunta sobre a guerra na Faixa de Gaza. Com isso, parte dos países da cúpula, incluindo o Brasil, assinou uma declaração à parte, na qual deploram as mortes de civis israelenses e palestinos. "Deploramos o assassinato de civis israelenses e palestinos, incluindo os cerca de 30.000 palestinos mortos desde o início da incursão de Israel em Gaza, e manifestamos profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestina", afirma o documento.A declaração sobre Gaza é assinada por 24, dos 33 países que compõem a Celac (veja mais abaixo quais foram). O conflito de Israel contra o grupo terrorista Hamas, que tem bases na Faixa de Gaza, foi um dos principais temas da cúpula. O debate ganhou intensidade após terem rodado o mundo imagens de civis palestinos sendo mortos enquanto se aglomeravam para pegar itens de ajuda humanitária distribuídos em Gaza. O Hamas diz que eles foram alvejados por soldados israelenses. O governo de Israel alega que tumulto e pisoteamento causaram as mortes. "Tomamos nota dos casos em curso perante a Corte Internacional de Justiça para determinar se a ocupação continuada do Estado da Palestina pelo Estado de Israel constitui uma violação do direito internacional e se o ataque de Israel a Gaza constituiria genocídio", continua a declaração conjunta. Os 24 países também fizeram um apelo pela "libertação imediata e incondicional de todos os reféns".Cessar-fogoNa nota, os países dizem endossar "fortemente" a exigência da Assembleia Geral das Nações Unidas de um cessar-fogo humanitário "imediato" em Gaza.A resolução foi aprovada em dezembro do ano passado e contou com apoio de mais de 150 países entre os 193 que integram a ONU. Esse tipo de resolução, porém, não tem caráter vinculativo, mas têm peso político, expressando o entendimento da comunidade internacional sobre determinado tema.Sob a presidência do Japão, o conselho de segurança da ONU convocou para esta segunda (4) uma reunião para discutir a situação no Oriente Médio.O Brasil não integra mais o grupo, mas o presidente Lula tem defendido que a ONU adote alguma medida que garanta de forma definitiva o cessar-fogo e a segurança de corredor humanitário na região láOs 24 países que assinaram a declaração foram:Antígua e BarbudaBahamas BarbadosBelize BolíviaBrasilColômbia Cuba Chile Dominica República Dominicana Granada Guiana Haiti Honduras Jamaica México Nicarágua São Cristóvão e Nevis Santa Lúcia São Vicente e Granadinas Suriname Trinidad e Tobago Venezuela