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Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria após operação e apreensão de passaporte, diz jornal

Reportagem do 'The New York Times' mostra que, quatro dias depois de ter sido alvo de operação sobre tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro se dirigiu à sede da embaixada da Hungria, país governado pelo aliado e ultradireitista Viktor Orbán.

Por G1 em 25/03/2024 às 15:48:28
Foto: Reprodução internet

Foto: Reprodução internet

Reportagem do 'The New York Times' mostra que, quatro dias depois de ter sido alvo de operação sobre tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro se dirigiu à sede da embaixada da Hungria, país governado pelo aliado e ultradireitista Viktor Orbán. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou duas noites na embaixada da Hungria em Brasília, entre os dias 12 e 14 de fevereiro, depois de ter sido alvo de operação da Polícia Federal sobre suposta tentativa de golpe de Estado no dia 8 daquele mês.

A informação foi divulgada pelo jornal "The New York Times" nesta segunda-feira (25).

Na operação, policiais federais apreenderam o passaporte do ex-presidente, que estava no escritório dele na sede do PL, e prenderam dois ex-assessores de Bolsonaro.

Quatro dias após a operação, câmeras de segurança da embaixada da Hungria registraram a entrada do ex-presidente no local, que fica na parte Sul de Brasília. As imagens foram obtidas pelo jornal norte-americano.

De acordo com o periódico, Bolsonaro ficou na embaixada húngara por dois dias a partir do dia 12 de fevereiro. Ele estava acompanhado de dois seguranças, do embaixador da Hungria no Brasil e de outros membros da equipe diplomática.

O "NYT" afirma que o ex-presidente não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira que o recepcionasse, uma vez que esses endereços estão legalmente fora da área de atuação das autoridades locais.

O jornal norte-americano diz ainda que a estadia de Bolsonaro na embaixada da Hungria sugere que o ex-presidente estaria tentando se esquivar da justiça brasileira e de desdobramentos das investigações contra ele, valendo-se da amizade que tem com o primeiro-ministro húngaro, o ultradireitista Viktor Orban.

Duas noites no local

Segundo o "The New York Times", Bolsonaro chegou à embaixada da Hungria na noite de segunda-feira, 12 de fevereiro, e deixou o local na tarde da quarta-feira, 14 de fevereiro. O jornal analisou três dias de gravações das câmeras de segurança da embaixada.

O "NYT" utilizou confrontou as imagens do circuito interno com imagens de satélite que mostram que o carro em que Bolsonaro chegou ao local estava estacionado no endereço no dia 13 de fevereiro.

Ao jornal, um funcionário da embaixada da Hungria teria confirmado, sob a condição de anonimato, o plano para receber o ex-presidente no local.

Proximidade com Viktor Orbán

O "NYT" destaca, na reportagem publicada nesta segunda-feira, a relação de amizade de Bolsonaro com o primeiro-ministro da Hungria, citando uma visita do então presidente brasileiro ao país da Europa em 2022, ocasião em que Bolsonaro chamou Viktor Orban de "irmão".

Em dezembro de 2023, os dois se encontraram na posse de Javier Milei, que também é um ultradireitista, como presidente da Argentina.

No dia 8 de fevereiro, horas após a operação da PF contra Bolsonaro e dias antes de o ex-presidente passar as duas noites na embaixada da Hungria, Viktor Orbán utilizou uma rede social para declarar apoio ao amigo.

Orbán postou uma foto com Bolsonaro, com a seguinte legenda: "Um patriota honesto. Continue lutando, senhor presidente Jair Bolsonaro".

No dia 12 de fevereiro, data em que se dirigiu à embaixada húngara, Bolsonaro postou um vídeo em uma rede social convocando apoiadores para um ato no dia 25 de fevereiro na Avenida Paulista, em São Paulo.

No dia 16 de março, durante um evento no Rio de Janeiro, Bolsonaro discursou e afirmou a uma plateia de apoiadores que "poderia estar muito bem em outro país", mas preferiu ficar no Brasil.

Na ocasião, ele também falou em "perseguição", e disse não ter medo de ser julgado, desde que os juízes "sejam isentos".
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