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Procon quer saber se ataque hacker que pode ter exposto dados de 560 milhões de clientes da Ticketmaster atingiu brasileiros

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Por G1 em 31/05/2024 às 15:46:28
Governo australiano investiga desde quinta-feira (30) denúncias de que um grupo hacker roubou dados de milhares de clientes. Procon-SP notificou empresa no Brasil e também pediu informações para a empresa sobre o que é feito para mitigar danos. A turnê de Bruno Mars tem X shows confirmados em outubro deste ano.

Divulgação

O Procon-SP notificou nesta sexta-feira (31) a Ticketmaster para saber se o possível vazamento de dados de 560 milhões de clientes da empresa atingiu brasileiros.

O governo australiano investiga desde quinta-feira (30) denúncias de que um grupo de hackers roubou os dados de milhares de clientes da empresa global de emissão de ingressos Ticketmaster.

O órgão de defesa do consumidor também pede informações sobre a política de tratamento de dados da empresa e seus planos e estrutura de resposta a incidentes, e o que é feito para mitigar danos e informar os consumidores brasileiros eventualmente atingidos.

O Procon solicitou:

informações sobre como os dados dos consumidores são captados e permanecem armazenados nos servidores da empresa

quantos cadastros de brasileiros foram eventualmente atingidos

quais os procedimentos da Ticketmaster em relação à LGPD brasileira foram adotados

As respostas devem ser enviadas ao Procon-SP em 48 horas a contar da próxima segunda-feira (3). O g1 procurou a Ticketmaster no Brasil e aguarda posicionamento.

Ataque

O grupo, chamado ShinyHunters, afirmou em um fórum on-line que os dados roubados incluem nomes, endereços, números de telefone e detalhes parciais de cartões de crédito dos clientes da plataforma. Os criminosos oferecem essas informações por uma "venda única" de US$ 500 mil (R$ 2,6 milhões), afirmam em sua publicação.

"O Escritório Nacional de Segurança Cibernética da Austrália trabalha com a Ticketmaster para entender o incidente", disse um porta-voz do governo australiano, orientando os clientes com "solicitações específicas" a entrar em contato diretamente com a empresa.

Um porta-voz da embaixada americana na Austrália declarou à AFP que o FBI ofereceu ajuda às autoridades desse país.

O ShinyHunters ganhou destaque entre 2020 e 2021, ao oferecer grandes quantidades de dados de clientes de mais de 60 empresas, de acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Em janeiro, um tribunal em Seattle decretou três anos de prisão para o hacker francês Sebastien Raoult, membro do grupo, além de uma multa de mais de US$ 5 milhões (R$ 26 milhões).

Os procuradores americanos alegam que os extensos ataques do grupo causaram prejuízos de milhões de dólares às empresas e "perdas adicionais incalculáveis" para milhões de indivíduos cujos dados foram roubados e vendidos a outras organizações criminosas.

A AFP contactou a Ticketmaster, mas não obteve resposta. A autenticidade dos dados oferecidos pelo ShinyHunters não pôde ser verificada.

Número de vítimas cresce

Os ciberataques afetam cada vez mais pessoas e geram consequências cada vez mais graves, disse à AFP Katina Michael, professora de segurança cibernética da Universidade de Wollongong, na Austrália. O número de vítimas desses ataques "vai crescer, podendo chegar a bilhões no futuro", alertou.

Segundo a especialista, governos, empresas e consumidores não fazem o suficiente para se proteger ou para investir em mecanismos de segurança, como a autenticação de dois fatores, que exige que o usuário apresente duas comprovações diferentes antes de acessar um sistema ou uma conta.

A californiana Ticketmaster opera uma das maiores plataformas de venda de ingressos do mundo. Na semana passada, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou uma denúncia contra a empresa e a Live Nation por suposto monopólio na indústria musical.

A política de preços da Ticketmaster, que, muitas vezes, acrescenta taxas elevadas ao valor do ingresso, e a falta de alternativas são tema de debate político nos Estados Unidos, embora pouco tenha sido feito para abrir o mercado à concorrência.

Fonte: G1

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