Itamaraty cobra explicações da embaixada americana para o tratamento dispensado a brasileiros deportados dos EUAJornal Nacional/ ReproduçãoA equipe do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está com a orientação de "olhar para a frente" e evitar que os próximos voos venham ao Brasil na mesma situação precária do último, que apresentou problemas técnicos na aeronave, com falhas no sistema de ar-condicionado, gerando reclamações dos deportados, que foram hostilizados pelas autoridades americanas dentro do voo.As negociações entre o Brasil e os Estados Unidos terão como foco garantir proteção e tratamento digno aos brasileiros que são deportados pelos Estados Unidos. Itamaraty cobra explicações da embaixada americana para o tratamento dispensado a brasileiros deportados dos EUAO Itamaraty quer negociar o uso de algemas apenas em casos excepcionais, mas sabe que, em última análise, essa é uma decisão dos comandantes da operação de deportação na hora do embarque e da partida do avião.O presidente Lula vai reunir hoje assessores envolvidos com o tema para tratar das negociações em curso. A orientação de focar na proteção dos brasileiros veio do presidente e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A ordem é colocar acima de tudo o que for melhor para os brasileiros. Por isso, o governo brasileiro não pretende desfazer o acordo de deportação com os Estados Unidos. Sem essa política, os brasileiros podem ficar presos nos Estados Unidos por tempo indefinido.Nesta segunda (27), a secretária de Assuntos Consulares, embaixadora Márcia Loureiro, convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, para explicações. Ele assumiu o cargo de encarregado de Negócios em 21 de janeiro de 2025, e é diplomata de carreira. Escobar está momentaneamente à frente da embaixada, já que o presidente Donald Trump ainda não indicou o novo embaixador dos EUA em Brasília.O governo decidiu tratar essa primeira negociação no campo técnico, sem envolvimento de nomes da cúpula do Itamaraty nas conversas. Dentro de uma linha de evitar confrontos com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como fez o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. O colombiano, depois de retaliações dos EUA, foi obrigado a recuar e aceitar o acordo de deportação de seus nacionais.