Presidente criticou atuação do órgão na análise da licença ambiental para a Petrobras explorar petróleo na bacia da Foz do Amazonas. Assunto tem gerado polêmica no governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou uma homenagem pelos 36 anos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), neste sábado (22), e escreveu que "sempre atuou pelo fortalecimento do órgão". A publicação ocorre dias após o presidente criticar a atuação do Ibama na análise da licença ambiental para a Petrobras explorar petróleo na bacia da Foz do Amazonas. O assunto tem sido alvo de polêmica no governo federal (entenda mais abaixo)."Hoje, o Ibama completa 36 anos de sua trajetória de proteção ao meio ambiente. Uma história que pude acompanhar desde meus tempos de Deputado Federal, quando foi aprovada a Lei que criou o órgão. Em meus primeiros mandatos como Presidente da República, sempre atuei pelo seu fortalecimento", escreveu o presidente."E, quando retornei à presidência em 2023, o Ibama – que havia sido sufocado nos anos anteriores – foi um dos órgãos que mais receberam nossa atenção. Seu orçamento para ações finalísticas em 2024 praticamente dobrou em comparação a 2022. E os recursos específicos para prevenção e controle de incêndios florestais nas áreas federais cresceu 269% no mesmo período. Meus parabéns ao Ibama, a todas as suas servidoras e a todos seus servidores", prosseguiu.Lula critica IBAMA e defende exploração de petróleo na margem equatorialSegundo apurou o g1, Lula pode trocar o comando do Ibama na próxima reforma ministerial.A saída em estudo é oferecer o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) à deputada Tábata Amaral (PSB-SP). O atual presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, é suplente de Tábata e deixaria o cargo para assumir a vaga na Câmara dos Deputados.'Quero que seja explorado, mas antes temos que pesquisar', diz Lula sobre petróleo na Margem Equatorial do AmapáExploração na Foz do AmazonasA possibilidade de exploração do recurso natural na Margem Equatorial pela Petrobras é alvo de críticas de ambientalistas e um pedido da estatal sobre o tema foi rejeitado pelo Ibama. Na ocasião, o órgão solicitou mais informações à companhia sobre os planos para o local.Porém, na última semana, o presidente Lula voltou a pressionar pela liberação de pesquisas exploratórias na área, e chegou a envolver o nome da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. "Eu tenho certeza, eu tenho certeza que a Marina jamais será contra, porque a Marina é uma pessoa muito inteligente e o que a Marina quer é o seguinte... Não é que eu não quero fazer, é como fazer. Esse como fazer, é uma coisa que eu quero, que ela quer e que você quer. Como fazer para a gente não ser predatório com nossa querida Amazônia", afirmou Lula, na última semana."O que não dá é para a gente ficar nesse 'lenga-lenga'. O Ibama é um órgão do governo, parecendo que é um órgão contra o governo. [...] A Petrobras é uma empresa responsável, tem a maior experiência de exploração em águas profundas, vamos cumprir todos os ritos necessários para que não cause nenhum estrago na natureza", declarou o presidente, em outra ocasião.Margem equatorial brasileiraA bacia da Foz do Amazonas está localizada na chamada "Margem Equatorial" brasileira, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte.A região tem uma formação geológica semelhante à da Guiana e Suriname, onde petroleiras acumulam descobertas volumosas de petróleo. A Petrobras planeja investir na região em busca de novas descobertas. Contudo, a primeira área que a estatal busca explorar tem sido objeto de questionamentos pelo Ibama, principalmente sobre o plano de contingência da companhia, em caso de vazamentos de petróleo.