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"Já tava na hora", diz WC no Beat, 1º a comandar show de funk no Lollapalooza

Por G1 em 29/03/2022 às 06:20:22
Festival demorou 9 edições para incluir o gênero de forma oficial. DJ capixaba acredita que movimento tem a ver com demanda do público e mudança na indústria; veja vídeo. WC no Beat fala sobre estreia do funk no Lollapalooza

O Lollapalooza demorou nove edições no Brasil para anunciar seu primeiro show de funk, um dos gêneros mais ouvidos e mais característicos do país.

“Já tava na hora da gente invadir esse cenário dos grandes festivais. Para mim esse show é um troféu”, disse ao g1, nos bastidores da apresentação, o DJ e produtor capixaba WC no Beat. No vídeo acima, ele fala sobre a estreia do funk no evento e a reação do público.

WC foi o responsável por comandar, no sábado (26), a apresentação inédita. No palco, astros funkeiros -- como o carioca Kevin O Chris, do hit “Tipo gin” -- se misturaram com nomes do trap, uma vertente mais arrastada do rap, que flui fácil com o batidão mais acelerado.

A performance foi uma degustação de como poderia ser o festival em um Brasil que desse mais valor à sua própria música popular. Mesmo estreante, o funk foi recebido com naturalidade pelo público.

“Encontrei uma abertura com uma nova galera, para fazer o funk e o rap serem reconhecidos por mais gente nos festivais”, avaliou WC. “É uma questão de paciência, de trabalhar devagarzinho, e podemos trazer esse pessoal para o nosso time.”

WC no Beat durante show no palco Doritos no segundo dia do Lollapalooza 2022

Fábio Tito/g1

Infiltrados

Antes da participação liderada por WC, o Lollapalooza tinha uma curiosa história de funkeiros infiltrados a convite das estrelas gringas, e não do próprio evento.

Em 2016, MC Bin Laden foi ovacionado com "Tá tranquilo, tá favorável" ao lado de Skrillex e Diplo. Em 2019, o próprio Kevin O Chris transformou Interlagos num Baile da Gaiola com Post Malone.

Nos últimos anos, não só o festival paulistano, mas outros grandes eventos espalhados pelo país têm finalmente se virado para incluir o ritmo de forma oficial.

Em 2019, além de convidar Anitta para o palco principal, o Rock in Rio organizou uma apresentação da Funk Orquestra com participação de Ludmilla.

“O Brasil não valoriza nada o funk. Agora que começou a dar umas migalhas”, disse a cantora na época, minutos antes de subir no palco.

Para WC, é um movimento que tem a ver, não só com a demanda do público, mas também com uma mudança na indústria da música.

“O rap e o funk ainda são criminalizados pela cultura e pelos grandes festivais. Mas a galera vêm trabalhando. Na periferia, nascem artistas sensacionais e, a cada ano, eles vêm melhorando. Chega um ponto em que a galera diz: não dá mais, vamos ter que colocar esse pessoal nos grandes eventos”, argumentou.

“É uma questão de trabalhar, de fazer acontecer. Ainda tem muito espaço para crescer, esse é só o começo.”

Fonte: G1

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