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Lenine estreia show em que revisita hits com filho Bruno Giorgi após período 'cinza' na pandemia

Por G1 em 15/04/2022 às 08:46:23
'Fiquei muito avesso à música de uma maneira geral', diz cantor e compositor pernambucano. Ao g1, eles falam sobre show 'Rizoma', recomeço em família e preparação de novo álbum. A ideia inicial de "Rizoma", show que Lenine apresenta com o filho Bruno Giorgi em São Paulo nesta sexta (14) e sábado (15), é anterior à pandemia.

Eles já vinham trabalhando no projeto de um show mais intimista, mas tudo foi interrompido pelas incertezas da crise sanitária, e por muitos meses, Lenine ficou distante da música e do seu violão em um período que ele descreve como "cinza".

"Fiquei muito avesso à música de uma maneira geral", diz o cantor e compositor pernambucano de 63 anos. "Não tinha muita relação com meus instrumentos. A gente estava ali, cada um na sua".

A meta era muito mais entender o que estava acontecendo no mundo e, literalmente, sobreviver do que qualquer outra coisa.

"Cantar o quê com o mundo acabando? Difícil...", diz Bruno Giorgi, engenheiro de som que toca e produz os álbuns do pai desde "Chão" (2011).

Mas com o passar do tempo, propostas de parceiras com o compositor chileno Manuel García e com o trio Tuyo foram reaproximando a dupla da música até que os encontros passassem a ser semanais no estúdio de Giorgi.

Antes da pandemia, Lenine se apresentou no palco do Marco Zero, no Recife, em fevereiro de 2020; cantor tem presença obrigatória no carnaval da cidade

Aldo Carneiro/Pernambuco Press

O projeto foi retomado, ganhou o nome de "Rizoma" e seguiu com a proposta de revisitar o repertório de Lenine, de forma acústica, com o cantor no violão e Giorgi se revezando entre baixo, bandolim, teclados, voz e sampler.

"Rizoma tem essa coisa da síntese, do instrumento, da voz, do acompanhamento, mas principalmente da ambiência sonora em cada uma dessas canções originais", explica Lenine.

O local de cada show se torna importante, porque o repertório vai ser escolhido com base nisso. De uma lista de cerca de 47 músicas, sendo duas inéditas, eles selecionam de 21 a 23 por noite em shows que duram 1h40.

"A gente está levantando todas as que tenham a ver com o momento atual e não são poucas", comenta Giorgi. "Em um show de teatro vamos explorar umas canções mais intimistas, como 'Silêncio das Estrelas', mas quando a gente for pro Circo Voador dá para explorar outras mais rock and roll".

"Martelo Bigorna", "Tubi Tupy", "Jack Soul Brasileiro" e "Paciência" estão entre as quase 50 músicas selecionadas.

"'O show é um pouco do meu instrumento nas canções como as pessoas conhecem, mas é também um pouco de experimentação, de rock and roll, de eletrônico. É um pouco de tudo comigo e o Bruno no palco dividindo esse fazer", afirma o cantor que mora no Rio há décadas.

Recomeço em família

Bruno Giorgi e Lenine cantam juntos no show 'Rizoma'

Divulgação/Jairo Goldflus

A pandemia fez com que Lenine questionasse se voltaria aos palcos, um pensamento não é novo, segundo o músico que prefere não usar a palavra depressão para período no qual ficou mais recluso.

"Se eu te disser por quantas vezes achei que eu não queria [voltar]... você não vai acreditar. Era cíclico isso, porque é assim mesmo, eu lido com sentimento, é assim que eu lido com a vida".

"Sempre desconfio, não é de agora. Mas, em última análise, a música sempre salva, porque no final das contas quando você se depara com isso [com o show], pensa: 'Como eu posso ter esquecido do prazer e de poder tocar a alma do outro através do que eu faço?' Aí não tenho mais dúvida".

Para usar uma música que está no repertório da turnê, é como se falasse "Envergo mas não quebro", música do álbum "Chão".

Ele pode até ter hesitado por um tempo (afinal, quem não repensou a vida nos últimos meses?), mas bastou entrar em um teatro cheio que a chama reacendeu e tudo voltou a fazer sentido.

Além desse gostinho de recomeço, Lenine aproveita esse momento com o filho no palco, a quem ele credita como a pessoa que o tirou da inércia.

"Bruno é o culpado de eu estar novamente sentindo prazer no que faço, então tem muito de afeto, tem muito de íntimo nesse show. Realmente estou sorrindo à toa".

Depois de São Paulo, a dupla já tem apresentações marcadas em Recife, Fortaleza e Rio de Janeiro.

Novo álbum à caminho

Lenine e Bruno Giorgi

Alice Venturi / Divulgação

Além de cair na estrada, Lenine e Bruno preparam um novo álbum de inéditas para este ano. Duas já entram no repertório de "Rizoma" e outras quatro já estão encaminhadas.

O disco ainda não tem data de lançamento, mas duas participações especiais já foram definidas: o produtor Patrick Laplan em "Confia em Mim" e o DJ e ativista Eric Marky Terena, que eles conheceram com Maria Gadú em uma visita ao Tapajós.

"Estamos fazendo, só que no tempo das canções. Já temos alguns monstros, chamo assim porque enquanto não se define com concretude a canção, ela ainda é um monstro, meio Frankenstein, que você pega dali, costura aqui", explica Lenine.

"O que virá a ser o projeto novo, que a gente nem fala de título ainda, está muito ambientado nessa intimidade minha e de Bruno. Eu e ele juntinho, pensando coisas e pensando algo juntos", finaliza.

Fonte: G1

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