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Inclusão digital dos mais velhos deve ser uma prioridade

Por G1 em 14/07/2022 às 10:19:18
Cresce o número de idosos em redes sociais, mas falta desenvoltura para que se beneficiem com o que o mundo cibernético oferece Numa de suas últimas edições, a revista britânica “The economist” detalhava como a Alphabet, holding que está por trás do Google, vem gastando bilhões para se tornar uma potência no setor de saúde. O blog já se debruçou sobre o tema: as gigantes de tecnologia do Vale do Silício estão salivando diante desse mercado turbinado pelo bônus da longevidade, e que antes era território exclusivo de farmacêuticas, seguradoras e hospitais. A caça ao tesouro se justifica porque os países ricos reservam, em média, 10% do seu Produto Interno Bruto (PIB) para manter a saúde dos cidadãos.

Tecnologia a serviço da saúde: atendimento remoto pode se manter personalizado mesmo se aplicado em grande escala, mas baixa inclusão digital dos mais velhos é desafio

Gerd Altmann para Pixabay

Nos EUA, a Amazon dispõe de farmácia on-line e serviços de telemedicina. No entanto, é a Alphabet que, somente em 2022 injetou 1.7 bilhão de dólares em projetos nas áreas de ciência e saúde, que está na dianteira. Em 2008, o Google lançou um serviço que permitia ao usuário reunir suas informações de saúde num só lugar. Hoje, a empresa trabalha com quatro grandes domínios: wearables (vestíveis), que são os dispositivos que podem carregados, o que inclui de relógios a óculos de realidade virtual; banco de dados; inteligência artificial voltada para a saúde; e pesquisa para ampliar os limites da longevidade.

O Fitbit, comprado em 2019 e que monitora atividade física e condicionamento, incorporou um novo sensor que checa mudanças na frequência cardíaca e foi aprovado pelo FDA – o equivalente à Anvisa nos EUA. O Pixel Watch, cujo lançamento está previsto para o segundo semestre, tem planos de destronar o concorrente da Apple na categoria de relógios inteligentes. A Alphabet também quer conquistar a categoria médica, tanto no suporte para armazenar as informações dos pacientes quanto em ferramentas para auxiliar nos diagnósticos.

Com sistemas de saúde sobrecarregados e sucateados, a tecnologia terá papel cada vez mais relevante no manejo de doenças, principalmente as crônicas. Se for devidamente amparado por uma base de dados consistente, o atendimento remoto pode se manter personalizado mesmo se aplicado em grande escala. O desafio é a baixa inclusão digital dos mais velhos. É verdade que sua presença vem crescendo em redes sociais, mas isso não significa que tenham desenvoltura para utilizar e se beneficiar com todas as possibilidades que o mundo cibernético oferece.

Como vão acionar aplicativos, gerenciar suas informações, demandar serviços? Por fim, sem conexão de fácil acesso e subsidiada, o cenário de desigualdade existente se tornará ainda mais agudo com a exclusão digital.

Estima-se que, no Reino Unido, dez milhões não tenham os requisitos mínimos de alfabetização digital – como acessar uma rede wifi e mandar um e-mail – num país onde entrevistas de emprego, ou receber e encaminhar uma receita médica on-line, se tornaram atividades do dia a dia. “Inclusão digital é sobre as pessoas terem acesso à internet, saberem utilizá-la e entenderem o potencial que isso representa para suas vidas”, declarou Helen Milner, diretora da Good Things Foundation, em reportagem do jornal “The Guardian”. E acrescento: é o passaporte para o exercício da cidadania.

Fonte: G1

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