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Alaíde Costa dá voz e vida às canções de amores paulistas do compositor Eduardo Santhana

Por G1 em 18/12/2021 às 09:51:37
Aos 86 anos, cantora carioca lança álbum um mês após edição de disco com registros inéditos da década de 1970. Capa da edição em CD do álbum 'Canções de amores paulistas – Alaíde Costa canta Eduardo Santhana'

Jardiel Carvalho

Resenha de álbum

Título: Canções de amores paulistas – Alaíde Costa canta Eduardo Santhana

Artistas: Alaíde Costa e Eduardo Santhana

Edição: MCK

Cotação: * * * *

? “Meu amor parece escuro / Porque o tempo anda nublado / Meu amor parece crime / Só que nunca foi provado”, canta Alaíde Costa, evidenciando a poesia dos versos de Meu amor parece, samba-canção composto por Eduardo Santhana com letra de Sérvulo Augusto.

De lirismo sublinhado na gravação pelo sopro das flautas de Teco Cardoso, a música Meu amor parece abre o álbum Canções de amores paulistas – Alaíde Costa canta Eduardo Santhana, editado pela gravadora MCK, inclusive no formato de CD, um mês após o selo Discobertas ter posto no mercado fonográfico outro álbum inédito de Alaíde, Antes e depois, produzido com registros dos anos 1970.

Gravado em setembro deste ano de 2021 e lançado em 8 de dezembro, dia do 86º aniversário dessa grande cantora carioca projetada no universo da bossa nova, o disco Canções de amores paulistas é songbook do cantor, compositor e violonista paulistano Eduardo Santhana.

Revelado na década de 1990 como integrante do grupo Trovadores Urbanos, Santhana contabiliza sete títulos na discografia solo. Canções de amores paulistas é o 20º álbum da carreira fonográfica do artista.

Gravado com produção musical e arranjos orquestrados pelo próprio Eduardo Santhana com Michel Freidenson, o disco evolui bem em temperatura linear, aclimatado pelo canto aconchegante de Alaíde Costa.

A cantora é a solista de músicas como a canção Vazio (Eduardo Santhana e Isolda), a bela balada Meio a meio (Eduardo Santhana e Carlos Henry) – ode à resiliência de amor sofrido que “tirou o sono de Deus” – e os sambas-canção Casaco de maresia (Eduardo Santhana e Adriana Florence) e Lua linda (Eduardo Santhana e Nelson Motta).

A alta qualidade do canto da artista faz jus e dá pleno sentido aos versos “Voz do sentimento / Dama da canção / Alaíde, alaúde / Toca o coração”, escritos para Alaíde, alaúde (Eduardo Santhana), música em que, no fim do disco, o compositor celebra a cantora que lhe dá voz neste álbum formatado em molde tradicional com cama instrumental armada por músicos como Duda Neves (bateria), Sylvio Mazzucca Jr (baixo), Michel Freidenson (piano e teclados) e o próprio Eduardo Santhana ao violão.

A balada Amada pra sempre – cantada por Alaíde somente com o toque do piano de Michel Freidenson, em atmosfera de música de câmara – exemplifica o clima à meia-luz em que o disco foi ambientado.

Contudo, Anjo meu (Eduardo Santhana) abre o tempo e deixa entrar mais luz quando, após se insinuar como acalanto, caminha na pisada do baião, seguindo o chamado do acordeom de Lulinha Alencar e dos vocalizes de Santhana. O mesmo acordeom de Lulinha Alencar sobressai sobre a base instrumental de Sal (Eduardo Santhana e Alfredo Gasparette).

A alta voltagem poética das 13 canções de amores paulistas flui bem na voz de Alaíde Costa, que divide com o compositor as interpretações de músicas como Nunca mais (Eduardo Santhana), Canta (Eduardo Santhana e Juca Novaes) – faixa iniciada a capella por Alaíde – e a envolvente Cantiga do renascer (Eduardo Santhana e Estevão Maya Maya).

Com afinação e correção, o cantor sola Cláudia (Eduardo Santhana) sem igualar o poder de sedução da intérprete convidada a iluminar obra que até então permanecia à sombra. Mais do que voz, Alaíde Costa dá vida às bonitas canções dos amores paulistas de Eduardo Santhana.

Fonte: G1

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